1985, UM ANO IMPOSSÍVEL.

Resenha minha de 1985 de Mark Millar para o blog Espaço Vertigem.

Quando Bill Carson me fez o convite para escrever para este blog, fiquei agradecido e melindroso. Seria eu capaz de escrever para um blog cujo assunto é HQs, sabendo eu tão pouco sobre? Perigoso. Não queria desapontá-lo, nem muito menos a quem venha passar por aqui. “Relaxe, fale daquilo que você gosta, nós não sabemos de tudo mesmo, mas estamos procurando.” Ele me disse via e-mail. Então tudo bem, enviei as resenhas sobre Sin City e 100 Balas. Fiquei contente com o resultado. E agora, o que seria? Foi então que dei a idéia a Carson de postar 1985, série do universo Marvel, que desconheço bastante. Sempre me interessei pelo universo Vertigo, sempre me foi mais atraente que mutantes e super poderes. Mas em 1985, que li para postar neste blog, encontrei uma minissérie empolgante, emocionante, nostálgica, com muitos personagens que li quando criança. E é uma criança o cargo chefe desta série.

É 1985, (o ano em que nasci) Toby é um garoto melancólico que vive fechado em seu próprio mundo. Fascinado por revistas em quadrinho, super heróis, Toby passa seus dias lendo HQs e pensando em como será sua vida. Filho de um pai extremamente talentoso, mas perdido, sem rumo e direção, que acaba tendo o pedido de divorcio por não ter um futuro determinado, Toby vê no pai a imagem de um ser mais humano impossível, um homem que tem problemas e luta de sua forma para contorná-los. Já com sua mãe a situação é diferente, casada com um homem de negócios, esperando outro filho, Toby vê nela a negação de tudo àquilo que não quer para si. E não entende o rompimento dos pais. A troca que sua mãe fez de um homem pobre e sem um futuro esperado, para um homem com dinheiro e bom futuro determinado, um “vencedor”.

Toby vê seu mundo mudar quando estranhos passam a morar na antiga casa do melhor amigo de seu pai, e dias depois a pequena cidade em que vivem ser completamente tomada por vilões das revistas que lê.

Através de um portal, vilões passam para esta realidade que conhecemos e começam um processo de destruição da cidade. Imagine viver em um mundo dito real e descobrir que os personagens de HQs realmente existem, só que vivem em outra realidade. Custa a Toby e seu pai, um garoto estranho e um “perdedor”, encontrar as saídas para estes problemas.

Em 1985, Mark Millar cria uma trama nostálgica, bela, reflexiva, bonita e melancólica, sobre um garoto perdido e seu pai, os dois tentando encontrar um lugar que possam chamar de “casa”, um lugar onde possam se encontrar, deixar de ser deslocados, perdidos. Um bom lugar para viver, como dentro da própria cabeça, ou em histórias inimagináveis. Com os desenhos de Tommy Lee Edwards Millar não esquece a ação, que torna a história excitante, são 6 edições para ler em uma sentada.

Fazer download de 1985 aqui e aqui.

Comentários

M. disse…
Desconhecia totalmente...

O que resta: apreciar a tua análise:)
Carlos Alberto disse…
Uma HQ que me surpreendeu.

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