LENTAMENTE.
“eu
tenho tantas mortes de perfil
que
por isso não morro,
sou
incapaz de fazê-lo”
Pablo
neruda
Eu
não morrerei de uma vez só
Estou
morrendo do
dia em que nasci,
Em
processo lento de morte
Do
dia em que fui posto neste mundo.
Eu
não morrerei de uma vez
Tenho
sim uma agulha cravada no peito
Que
não faz sangrar normalmente
Mas
onde é hemorragia contínua.
Não
morrerei assim rápido,
Morro
diariamente
Como
quem sorri
Como
quem sente alguma alegria.
Eu
morro devagar,
Lento,
E
ainda assim renascendo
diariamente.
Morrerei
como quem nasce
Dolorosamente.
E
vou espalhando meus pedaços
Pelos
quatro cantos da cidade
Ruas
e praças
Postes
e barres
E
quem me vê andando
Nada
sabe da dor que falo.
25/02/2008
23:22
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