RUAN.
Seu
nome era Ruan, mas nós o chamávamos de Ramon. Nos conhecemos na
época do colégio. Ele tinha 15 anos e ficava com todas as meninas
que queria, no bairro e das festas que nós íamos. Tocava guitarra
em uma banda de punk rock e cantava também. Praticamente em cada
festa, saía com uma garota diferente. Namorava uma garota da escola.
Sempre uma diferente em cada ano. Mas teve uma com quem passou dois
anos juntos. Falavam em casamento. Um dia terminaram.
Fazíamos
festas na casa dos amigos quando os pais raramente viajavam, Ramon
sempre desaparecia, depois o víamos andando pela casa segurando a
mão de uma garota. Ele nunca falava das coisas que acontecia, nunca
se gabava, era somente algo natural nele, algo que gostava, algo que
fazia.
Nós
sentávamos e conversávamos por horas como se o mundo nunca fosse
acabar, como se nossas vidas nunca fossem parar um dia.
Ramon
andava de skate pela cidade, havia competido um tempo, ganhou um
troféu e uma medalha. Escutava Punk rock e música dos anos 50 e 60.
Foi num dia aí de maio, ele estava andando de skate e foi atropelado
por um ônibus. Falaram que o motorista estava atrasado em sua rota.
Contaram que esse cara se matou de tanto beber por ter matado um
garoto por dirigir tão desatento porque odiava seu trabalho.
Ramon
se apaixonava com facilidade e amava todas as garotas com quem
esteve, isso eu sempre acreditei, dava para ver. Nós éramos
crianças e acreditávamos que a vida seria pra sempre.
Lembro
de uma vez em que estava em um ônibus indo pra casa e passei pelo
centro, vi Ramon andando na rua, despreocupado, carregando seu skate
na mão.
04/01/12 05:32
Comentários