CORAÇÃO DESTINADO.


Desde o início


Na escura caixa do peito

Meu coração se sabe destinado

À lança.

Dorme a serpente

Inchando seu veneno

Os escorpiões se escondem

Sob as pedras

Corre ainda meu sangue

Livre de peçonha.

Uma lâmina aguarda

Além da esquina

Uma gilete um vírus um projétil

Marcam na estrada pontos de fronteira

Na mesma estrada que caminho

Há tempos

Presos meus pés a inarredáveis trilhos.


Marina Colasanti – Fino Sangue

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

SUGAR.