SOLSTÍCIO DE INVERNO.
Dessa noite mais longa, mítica do tempo,
Desentranhada da aurora boreal
E dos corpúsculos emitidos pelo sol,
Vieram os deuses e os mistérios do homem.
Dessa noite de espumas e alguns cascalhos,
Envolta em névoas e invoca nas estrelas
Mas antigas,
Separam-se os mundos e o tempo
Para o nascimento dos mistérios
E o acolhimento dos deuses.
Para essa noite mais fria abriu-se o coração da terra
Na esperança de um sol e do dia mais longo
E gestar-se a divendade e para tecer-se
Com fios invisíveis de gelo e luz
O cerne do desconhecido.
Essa noite de magias traz a mensagem
Da primeira explosão, dos textos
Inscritos nas cavernas
E nos sonhos da Babilônia e seus escravos egípcios
Que trouxeram o desenho
Para perdurar nos tempos
Dos nascimentos e renascimentos divinos –
E é, afinal, sendo a mais longa, o zero
Que multiplica o infinito.
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